Como chegar

Tradicional entreposto de expedição do vinho generoso do Douro para o mundo, a cidade do Porto continua a constituir a grande montra e a principal porta de acesso ao terroir duriense e aos seus segredos mais bem guardados. Daqui parte a principal via de acesso rodoviário à região vinícola, a auto-estrada A4, a qual, em conjugação com a A24, o IC5 e o IP2, permite chegar rápida e comodamente aos principais centros populacionais e às maiores quintas, percorrendo estradas como a EN222 (que liga Vila Nova de Gaia a Almedra), por muitos considerada, em alguns troços, uma das melhores e mais belas estradas do mundo para conduzir.

O rio constitui outra das possíveis vias de acesso à região, sendo a mais antiga de todas. Não existem ligações regulares, mas é possível recorrer a um grande número de empresas para contratar os mais diversos serviços de transporte fluvial nos mais variados tipos de embarcação, de veleiros a réplicas de barcos rabelo, que operam a partir do Porto e de Gaia, mas também dos diversos cais e ancoradouros da região, sobretudo do Peso da Régua e do Pinhão, para passeios, tours e pequenos cruzeiros, mas também para festas privadas ou percursos pelos afluentes do Douro.
Das duas cidades da foz do Douro partem ainda cruzeiros fluviais em barcos-hotel, com vários dias de duração, os quais fazem paragens nos principais pontos de acesso às quintas, podendo constituir uma alternativa interessante para viajar na região.

No Porto parte ainda o percurso ferroviário que conduz à Régua e ao Pinhão, no coração da região duriense, o qual, aquando da sua construção, substituiu os tradicionais barcos rabelos enquanto principal meio de transporte do vinho generoso da região. Nesta linha funciona ainda, embora de modo irregular, um comboio histórico que permite viajar ao ritmo de outras eras, em velhas e charmosas carruagens carregadas de memórias e de caráter.

Nas principais unidades hoteleiras do Porto é ainda possível aceder a informação sobre outros meios de transporte até ao Douro, nomeadamente a excursões e shuttles personalizados.

Existem ainda carreiras regulares de autocarros ligando o Porto às principais povoações durienses, como a Régua, Vila Real, São João da Pesqueira ou o Pinhão, operados por empresas como a Rodonorte ou a Rede Expressos.
Uma viagem ao Douro de automóvel não dispensa o percurso ao longo do rio entre a Régua e o Pinhão, pela Estrada Nacional 222. Esta via que liga Vila Nova de Gaia a Vila Nova de Foz Côa é considerada uma das estradas mais bonitas do mundo, no troço do Douro. São 27 quilómetros e 93 curvas, num serpentear do rio-espelho, emoldurado por um magnífico cenário de socalcos.
Quando às quintas do Douro se chegava apenas pelo rio, eram os barcos Rabelo que reinavam. Desconhece-se a origem destas embarcações, mas há relatos do século XIII que dão conta da sua presença no rio Douro. Nessa época, e até às primeiras barragens, na década de 1970, o rio corria furioso e traiçoeiro. A história do Douro e do seu rio é também um contar da força e mestria de marinheiros na condução dos barcos Rabelo, carregados de pipas de Vinho do Porto, rio abaixo e rio acima. 
A chegada do primeiro comboio à estação da Régua, em 1879, representa um marco importante para o Douro. A construção desta ferrovia foi símbolo de progresso, trazendo para a região mudanças significativas, quer na paisagem quer na vida das pessoas. Vista, à época, como uma força de modernização e igualmente uma ameaça à identidade tradicional, a Linha do Douro integra a memória coletiva desta comunidade, guardada, entre outros, em diversas obras do escritor Miguel Torga.